O Racionalismo e o Empirismo
97. É próprio do Racionalismo a primazia do Logos.
A razão natural do homem é a fonte única do autêntico saber.
98. Só nos poderes da razão devemos confiar,
pelo que tudo deve estar submetido à sua alta autoridade.
Apenas deve ser admitido aquilo que a razão reconhece como lógico.
99. A experiência é incapaz de explicar todos os nossos conhecimentos.
Os princípios normativos - como os da Matemática - são a priori,
e as regras que presidem ao raciocínio são inatas.
100. As leis do pensamento racional são também as leis das coisas.
Sendo o Universo um sistema coeso, um todo ordenado,
um Cosmos - e não um caos - é precisamente
esse isomorfismo que o torna inteligível.
101. O que, ao invés, define o Empirismo,
é o primado concedido ao conhecimento sensível.
102. A experiência é tida como o único critério de verdade.
Dela deriva, directa ou indirectamente, todo o saber humano.
103. Herdeiro do Empirismo da Idade Moderna, o Positivismo
limita à ciência a capacidade de explicar o real.
104. "Tudo aquilo que não puder ser testado em laboratório
ou traduzido em linguagem matemática, não tem sentido nenhum".
105. Só é cognoscível aquilo que a observação directa verificar: os fenómenos.
O confinar a realidade ao dado empírico exclui a Metafísica.
106. “Nunca vi uma alma na ponta do meu bisturi” (Claude Bernard - Século XIX).
Não existe o que não vejo, não ouço, não toco, não cheiro e não provo.
Nenhuma certeza tem valor fora dos factos científicos comprovados.