A Lógica
107. Acabamos de aflorar o objecto da Teoria do Conhecimento.
Incumbe-lhe identificar as condições que asseguram
a Verdade Material dos nossos juízos.
108. Esta resulta da plena conformidade ou perfeita adequação
entre o que se afirma e o que objectivamente acontece.
109. Uma afirmação é verdadeira quando reproduz fielmente
uma determinada realidade. Apenas um exemplo:
“A Terra gira à volta do Sol”.
110. Toda a proposição verdadeira assemelha-se a um espelho
ou a uma fotografia nítida do objecto ao qual se refere.
111. Retrata-o tal e qual ele é, sem modificá-lo em coisa alguma.
Descreve-o, sem nada lhe acrescentar ou subtrair.
112. O que se considera na Lógica não é isso.
Interessa-lhe assegurar a Verdade Formal do discurso.
113. Trata-se de uma Ciência Abstracta que se propõe
determinar as condições de Validade dos raciocínios,
de modo a evitar as contradições e os erros.
114. O conteúdo das proposições, o que elas dizem,
se são verdadeiras ou falsas, não é um assunto de Lógica,
mas de Gnoseologia ou de Teoria do Conhecimento.
115. A Lógica apenas visa a correcção formal dos raciocínios.
Estes são ou não são válidos, independentemente do conteúdo
das proposições que o compõem ser verdadeiro ou falso.
116. A Gnoseologia avalia a Verdade das proposições,
enquanto que a Lógica fiscaliza a Validade dos raciocínios.
117. Esta é um ramo da Filosofia propedêutico a todo o conhecimento racional.
Constitui um instrumento imprescindível para a reflexão
e para a comunicação verbal, oral ou escrita.
118. Disciplina normativa, inclui um código de regras universalmente válidas
que devem presidir às operações discursivas da razão,
conferindo-lhes fiabilidade pelo seu rigor.
119. Se a Gnoseologia examina o que sabemos, o conteúdo das nossas ideias,
pertence à Lógica Formal disciplinar o modo como nós pensamos.
É simultaneamente uma teoria e uma prática,
uma ciência e um método.
120. Conceber, julgar e raciocinar são operações da Razão.
São três os instrumentos lógicos do discurso:
o conceito, o juízo e o raciocínio.